Alunos do SESI praticam biblioterapia, o contato com as emoções pela leitura

Viajar para outros espaços, épocas, conhecer personagens únicos e se identificar com novas histórias e emoções, tudo isso é possível sem sair de casa e ainda com uso do celular. É o que propõe a bibliotecária Andrielle Marques, na Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, com o projeto “Explorando a Biblioterapia no Setembro Amarelo”, nascido no mês da campanha que alerta sobre os cuidados com a saúde mental e pelo qual os alunos do ensino fundamental e do Novo Ensino Médio recebem livros digitais, semanalmente, com histórias que exploram os cuidados mentais. A ideia é seguir com o projeto ao longo do ano.

A prática da terapia por meio da leitura ocorre todas as sextas-feiras via grupos no WhatsApp com a participação de pais e alunos. Os livros são selecionados conforme a faixa etária dos leitores e com temas diferenciados para abordar emoções com as crianças e jovens. A bibliotecária, junto com a psicóloga Relly Ane Fonseca, escolhe os livros que ajudarão os leitores a criar o hábito de ler, não apenas com foco nas histórias, mas nas emoções.

“Para tratarmos da valorização da vida, escolhemos promover por meio da leitura o contato com as emoções. Aquelas que vêm dos contos, histórias, poesias que tocam de maneira especial e promovem alívio, alegria, até a tristeza, que nos ensinam que tudo isso faz parte, passa e que os diferentes personagens dos livros têm suas histórias, e assim mesmo acontece na vida real, onde o fim da história deve acontecer da maneira natural”, diz Andrielle Marques.

Na primeira semana do projeto, os alunos mais novos do 1º ao 4º ano receberam o livro digital “A Borboleta Rosa” que, de acordo com Marques, aborda os assuntos autoestima, saber aceitar, respeitar e conviver com as diferenças, experiência vivida pela Borboleta da história que não gostava da própria cor. Com o “Sovaco da Cobra”, os alunos do 5º ao 6º ano trataram sobre como cuidar do lugar em que se vive.

“Trazendo essas emoções dos livros e o hábito da leitura você se conecta com os personagens e vive as emoções deles também, fica alegre a cada conquista ao longo da história e vai mergulhando na leitura”, relata Andrielle, ao acrescentar que, além de livros, o link enviado via Google Docs permite aos alunos e pais deixarem seus comentários sobre o que acharam das histórias. “Na primeira semana já recebi comentários de alunos, que leram com os pais e ficaram felizes com a descoberta da Borboleta – sobre como uma simples palavra de ânimo mudou sua maneira de pensar -, outros relataram que ficaram presos na história, querendo saber o final, então isso é sinal de que uma semente está sendo plantada pela leitura, tornando-se mais próxima da realidade deles”, expõe.

Para a segunda semana do projeto, o tema “Como vai você?” irá ressaltar os benefícios da leitura para redução do estresse, aprendizagem e exercitar a mente, pelos livros “A flor que chegou primeiro”, para o ensino fundamental 1, e “Diário de Anne Frank”, versão em quadrinhos para os alunos mais velhos.

“Para o ensino médio, apesar do contato obrigatório com os paradidáticos dos vestibulares, quero que esse incentivo à leitura tenha outro olhar, tornando-se acima de tudo um hábito prazeroso em que eles (os estudantes) possam ter nessa leitura uma influência na maneira que se relacionam com o aprendizado, por exemplo, ajudando a melhorar o vocabulário e exercitar a mente”, explica Marques.

Corredor da Esperança

Com os diferentes projetos no tema de saúde mental desenvolvidos pelos professores, bibliotecária, psicóloga e assistente social da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, os alunos inauguram hoje, 22, o “Corredor da Esperança”, com frases motivacionais ao longo do espaço, dentro da escola, que conta com painéis temáticos da campanha, dicas de livros com QR Code para baixar no celular e realizar a leitura, além de um mural colaborativo para que os alunos se sintam à vontade para relatar como se sentem em post-its grudados na parede.

“O local foi estratégico para que os alunos de fato se sintam bem em falar sobre como se sentem. Por ser uma parte mais isolada na escola, a ideia é que esse aluno em algum momento que passar por aqui, se sinta à vontade de escrever no post-it e sem precisar se identificar, porque a ideia é também que outros alunos leiam o que os colegas escreveram e vejam que o seu problema às vezes pode ser pequeno diante do outro, ou então que você não é o único que está passando por isso”, diz a psicóloga do SESI, Relly Ane Fonseca.

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