Presidente da CPI da covid Omar Aziz determina prisão de Roberto Dias por mentir à comissão
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), determinou nesta quarta-feira a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias sob a alegação de que o depoente mentiu ao colegiado.
Ele foi convocado após acusações de que teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina em negociações e teria pressionado um servidor do ministério a agilizar a aquisição da Covaxin.
Após horas de depoimento, o presidente da CPI disse que Dias mentiu e se omitiu ao longo da oitiva. “Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, disse Aziz. “Vossa excelência sempre está se excusando de responder mesmo após ter se comprometido a falar a verdade”, completou Aziz, que gerou reação imediata da advogada de Dias.
Mesmo com a reação da defesa do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde reforçou sua decisão de determinar a prisão do depoente.
Fim da sessão
A decisão do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), de pedir prisão de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde, provocou divergências entre senadores governistas e de oposição. Apesar dos protestos de alguns deles e do desconforto de outros, Aziz manteve a detenção da testemunha por perjúrio.
“Não aceito que a CPI vire chacota. Temos 527 mil mortos e os caras brincando de negociar vacina. Por que ele não teve esse empenho para negociar a Pfizer. Ele está sendo preso por perjúrio. Ele está sendo preso pelo Brasil. Não estamos aqui brincando de ouvir historinha”, afirmou o presidente ao encerrar a sessão.
Senadores como Simone Tebet (MDB-MS) e Otto Alencar (PSD-BA) tentaram em vão convencer Aziz a mudar de ideia. Simone chegou a propor uma acareação entre Roberto Ferreira Dias e o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que acusa o ex-diretor de pedir propina numa negociação pela compra de imunizantes da AstraZeneca.
Em seu depoimento, Dias negou ter pedido propina. Aziz disse ter áudios e mensagens do celular de Dominguetti que contradizem a versão do ex-diretor.
Fonte: Valor Investe