Presidente da CPI da Covid vê vídeo como prova da existência do gabinete paralelo de Bolsonaro

O presidente da CPI da covid, Omar Aziz (PSD), disse que o vídeo vazado pelo site Metrópoles comprova a tese da comissão sobre a existência do gabinete paralelo ao Ministério da Saúde no aconselhamento do presidente Bolsonaro.

Nas imagens o presidente aparece recebendo orientações pelo chamado gabinete paralelo, inclusive com ressalvas à aplicação de vacinas contra a Covid-19.

“No contexto da vacina, a gente tem que tomar extremo cuidado”, diz o virologista Paulo Zanoto. Na reunião estão ainda a médica Nise Yamaguchi e o ex-ministro Osmar Terra, conhecido pelo seu negacionismo.

“Trechos de uma reunião, ocorrida em 8 de setembro, também confirmam que Arthur Weintraub intermediava os contatos entre o grupo e o Palácio do Planalto”, revela o site.

“O vídeo que vazou hoje confirma a tese do gabinete paralelo e explica porque o ministro Pazzuello (Eduardo, ex-ministro) dizia que a vacinação iniciaria no dia D, na hora H. Ele esperava as determinações do ‘shadow gabinet’, o gabinete da morte”, escreveu Omar no Twitter.

Ele destacou a ausência de Pazuello na reunião. “O ministro da Saúde, que tem que implementar a política macro para evitar morte não está presente. Lá tem algumas pessoas que estão dizendo ao presidente o que precisa ser feito. E uma das coisas é para não comprar vacina, uma pena poderíamos ter evitado milhares de mortes”,

Na sua avalição, o conteúdo do vídeo deixou os brasileiros estarrecidos. “Nós na CPI sabíamos da existência de um gabinete paralelo, isso é uma prova maior ainda que existe. E o pior de tudo: no dia 20 de setembro tanto a Pfizer como a Butantan já tinham oferecido vacina para o Brasil. E o Brasil não respondeu”, criticou.

Ele também lembrou que até dezembro foram mais de 53 e-mails enviados pela Pfizer ao Ministério da Saúde que não foram respondidos.

“O gabinete paralelo é que ditava a tua saúde, a minha e de quem ia morrer e viver. Isso é o saldo que nós temos”, acusou.

Ataques nas redes sociais

O presidente da CPI responsabilizou Bolsonaro sobre os ataques que vem sofrendo junto com sua família nas redes sociais.

“Esse é o desespero quando o presidente me agride, agride minha família, fala inverdades e manda robôs atacar a quem está descobrindo a verdade. Pode atacar a gente. Pode atacar a CPI. Não vão nos derrubar”, desafiou.

Segundo ele, os ataques demonstram o desespero do presidente com os fatos que estão aparecendo.

“Os ataques que eu sofro de robôs e da própria boca do presidente não vão nos tirar um milímetro de falar a verdade e descobrir a verdade. Nós estamos chegando. E uma das verdades é o gabinete paralelo, responsável pela vida que muitas pessoas perderam pela Covid”, finalizou.

Fonte: CBN

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