‘O negacionismo só nos atrasa’, diz Arthur Virgílio no Dia Nacional da Ciência
Na data em que, no Brasil, se celebra o Dia da Ciência (8.7), o ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), faz novo alerta aos riscos do negacionismo para a vida e para o desenvolvimento do país. “Nenhum país pode se declarar moderno e desenvolvido em todos os seus aspectos, se não investe fortemente na pesquisa e no conhecimento. Não se pode prosperar sem a ciência, que ao longo da história, por diversas vezes, se fez fundamental para salvar a humanidade, como bem vimos nesta pandemia da Covid-19. O negacionismo só nos atrasa ainda mais, só nos massacra”, defende. O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador é uma referência à criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Diplomata e com mais de 40 anos de vida pública, Virgílio considera vergonhoso um orçamento federal que prevê pouco mais que 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). “Como enfrentar essa terrível crise sanitária sem pesquisa? Como avançar em novos métodos e novas matrizes econômicas desacreditando o trabalho dos pesquisadores? A importância da ciência para o desenvolvimento de uma nação é algo tão óbvio, que virar as costas para isso só pode ser considerado uma burrice tremenda”, critica Arthur.
Ele defende que há outras áreas não essenciais onde se pode ‘enxugar’ o orçamento da União para se privilegiar a ciência. “Acredito que é possível diminuir a quantidade ministérios, reduzir fortemente os gastos de custeio para fazer sobrar recursos para investimento”, avalia, lembrando que quando foi senador pelo Amazonas direcionou verba parlamentar ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e mais recentemente, quando esteve à frente do Executivo municipal, repassou recursos para manter em funcionamento o Bosque da Ciência, fortemente atingido por cortes do governo federal.
“Deixamos para trás, muito atrás, as sociedades primitivas onde as necessidades se limitavam ao consumo de sobrevivência e hoje arriscamos até sonhar em quebrar o isolamento do planeta terra e mesmo com a vida eterna, longe de doenças. Agora mesmo vivemos em meio a uma pandemia provocada por um vírus que, há dois anos, era completamente desconhecido e a ciência foi a única a dar respostas efetivas. Não é a primeira vez que o respeitoso trabalho dos pesquisadores socorre o homem em meio a turbulências sanitárias neste século e em anteriores”, pondera Arthur.
Ainda dentro desse contexto, Arthur Neto também destaca que é exatamente no momento em que o planeta acende todos os faróis vermelhos para as mudanças climáticas e para os riscos à humanidade da exploração desgovernada das riquezas naturais, que o Brasil reduz investimento na pesquisa científica. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sofreu o maior corte, com redução de 29%, em comparação com 2020.
Para Virgílio, o conhecimento é indispensável para continuar satisfazendo as necessidades humanas, de forma sensível e comprometida com a sobrevivência de todos, inclusive do planeta. “Defendo, sistematicamente, o desenvolvimento sustentável, tendo como exemplo a Amazônia, com seu potencial de biodiversidade e água doce. Precisamos da ciência para fazer uso dessas riquezas, sem destruir a floresta, aliando o conhecimento científico com o conhecimento tradicional dos povos da floresta. Não há futuro sem a ciência”, afirma.
“No Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, parabenizo os valorosos profissionais dessa área e reforço o grito de alerta deles por mais investimentos e confiança em seus trabalhos. Anos, décadas e séculos de estudos não podem ser maiores que breves momentos de ignorância”, finaliza o político.