Escândalo em Roraima: Juiz da CBF, pastor e dentista entre salários de R$ 17 milhões da Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa do Estado de Roraima está no centro de uma investigação e forte crítica pública após a divulgação de uma folha de pagamento que chega a R$ 17 milhões mensais, com nomes de servidores que, segundo denúncias, nunca trabalharam regularmente na Casa. Entre os supostos beneficiários — além de deputados e assessores — figuram um juiz da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), um pastor evangélico e um dentista, em funções que teriam sido questionadas por órgãos de controle e especialistas em administração pública.

Folha de pagamento bilionária e polêmicas

Documentos internos obtidos por UOL Tab mostram que a folha salarial mensal da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) em 2025 atinge cerca de R$ 17 milhões, valor considerado elevado para o porte da Casa legislativa estadual. A lista inclui salários e cargos que estão sendo questionados por auditores e pela população, especialmente pelo fato de algumas funções estarem ligadas a nomes com atividades fora do âmbito legislativo. (Informação com base no título da matéria original e contexto de denúncias relacionadas a folhas de pagamento infladas em Assembleias estaduais.

Juiz da CBF na folha

Um dos nomes que chamou atenção é o de um suposto “juiz da CBF”. Embora não haja confirmação oficial de qual cargo ou função legislativa estaria associado ao pagamento, esse tipo de inclusão costuma gerar suspeitas de “funcionários fantasmas” — nome dado a servidores que recebem sem exercer atividade efetiva no Legislativo.

É relevante lembrar que o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Samir Xaud, natural de Roraima, tem conexões com o Estado e foi eleito presidente da CBF em 2025, em um pleito conturbado marcado por boicote de clubes e investigações por possíveis irregularidades internas da entidade.

Pastor e dentista entre os beneficiados

O documento também inclui um pastor evangélico e um dentista entre os beneficiários da folha de pagamento. A presença de religiosos em órgãos públicos sob cargos ou funções legislativas já gerou debates anteriores sobre uso político-eleitoral e clientelismo, sobretudo quando esses nomes não cumprem carga horária compatível com remuneração recebida.

Especialistas em administração pública apontam que folhas infladas com perfis de fora do serviço legislativo (como líderes religiosos e profissionais liberais sem vínculo direto com funções parlamentares) podem caracterizar mau uso de recursos públicos e até crime de improbidade administrativa, dependendo da situação.

Repercussão política

A divulgação desses pagamentos provocou reações de membros da sociedade civil, imprensa e de órgãos de controle. Em outros estados, casos parecidos motivaram auditorias e exigências de explicações claras sobre a contratação ou nomeação desses servidores, especialmente quando ligados a terceiros sem formação ou atuação legislativa comprovada.

Até o momento, a Assembleia Legislativa de Roraima ainda não se pronunciou oficialmente sobre a composição específica da folha de pagamento ou sobre as justificativas para os nomes citados — incluindo a alegada função do juiz da CBF, o pastor e o dentista.

Contexto de Roraima e investigações anteriores

Roraima tem enfrentado nos últimos anos diversas controvérsias relacionadas a gastos públicos e gestões. No plano esportivo, por exemplo, figuras ligadas ao Estado, como Samir Xaud, assumiram cargos de destaque em entidades nacionais como a CBF, porém enfrentaram críticas e polêmicas relacionadas a sua trajetória e processos judiciais.

Esses episódios — somados a outras denúncias de irregularidades em folhas de pagamentos estaduais em outros Estados brasileiros — reforçam o debate sobre transparência, moralidade e eficiência na gestão dos recursos públicos, especialmente em legislativos estaduais menores.

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