Afastamento de Ednaldo Rodrigues da CBF lança incertezas sobre o futuro das federações estaduais: e agora, Rozenha e a FAF?
O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por determinação da Justiça do Rio de Janeiro, abriu uma nova crise no comando do futebol nacional — e seus reflexos já começam a atingir as federações estaduais. Com a indicação de Fernando Sarney como interventor e a iminência de novas eleições na CBF, o que estará reservado para dirigentes regionais historicamente ligados a Rodrigues, como Ednailson Rozenha, presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF) e vice-presidente da própria CBF?
Aliado de primeira hora de Ednaldo, Rozenha agora entra no radar de incertezas políticas. Sua posição na FAF, e principalmente sua cadeira na vice-presidência da confederação, podem ser revistas em meio à reconfiguração que se avizinha. A pergunta que ecoa nos bastidores é: o afastamento do chefe compromete também os que o sustentaram?
Federações estaduais sob pressão
Historicamente, as federações estaduais são peças-chave na engrenagem da CBF — tanto na sustentação política dos presidentes quanto na eleição de novos dirigentes. No entanto, o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que garantiu a continuidade de Ednaldo está sob suspeita judicial, e isso pode colocar em xeque não apenas o topo da entidade, mas também os apoios regionais construídos a partir dele.
Rozenha, como parte do núcleo dirigente da CBF, pode ter sua posição nacional contestada, sobretudo se novas eleições forem convocadas e uma coalizão rival surgir para tentar mudar a correlação de forças. Em Manaus, já há movimentos silenciosos de oposição que observam o momento como uma possível janela para disputar o comando da FAF, hoje acusado de manter uma gestão sem protagonismo.
Eleições à vista na FAF?
Embora ainda não haja indícios formais de intervenção na Federação Amazonense, o cenário político instável na CBF levanta dúvidas sobre a permanência de Rozenha à frente da FAF. O dirigente, que também é deputado estadual, já vinha sendo criticado por sua atuação apagada, especialmente após a exclusão de Manaus como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 — mesmo com a cidade oferecendo uma das arenas mais modernas do país.
Essa ausência de protagonismo colocou a FAF em xeque, assim como sua representatividade junto à CBF. Em outras palavras, se a atual gestão não conseguiu nem garantir visibilidade internacional para Manaus, que influência real possui dentro do futebol brasileiro?
Reestruturação à vista
O futebol brasileiro vive um momento de inflexão. O afastamento de Ednaldo Rodrigues pode significar o início de uma limpeza institucional mais ampla, com impacto direto nas federações estaduais. Caso irregularidades ou vícios políticos sejam apontados nas estruturas regionais, não se pode descartar a convocação de novas eleições locais — inclusive na FAF.
Enquanto a Justiça e o Ministério Público seguem atentos, a pergunta permanece no ar: Rozenha conseguirá manter-se de pé num cenário político que desmorona à sua volta? Ou será a vez da Federação Amazonense de Futebol passar por uma renovação que reflita os anseios de maior protagonismo e representatividade do futebol nortista?