Crise na Ream expõe a incompetência do Grupo Atem e ANP ameaça cassar licença da Refinaria do Amazonas

O tempo está acabando para o Grupo Atem. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deu 30 dias para que a Refinaria do Amazonas (Ream) volte a operar normalmente. O prazo termina no início do próximo mês — e até agora, o grupo não demonstrou capacidade real de cumprir o que prometeu. Se nada mudar, a empresa pode perder a autorização para refinar petróleo no estado.

A medida da ANP, enviada no dia 3 deste mês, é um claro sinal de desgaste entre o órgão regulador e o conglomerado que controla a Ream. Desde que o Grupo Atem assumiu a refinaria, após a compra da unidade da Petrobras em 2022, o que se viu foi uma sequência de indefinições, paralisações e justificativas vagas.

A Ream tentou convencer a ANP de que poderia operar de forma intermitente — iniciando e parando o refino quando quisesse. A proposta foi recebida com preocupação. A agência alertou que essas operações de “partida e parada” são perigosas e aumentam o risco de acidentes industriais graves. Em outras palavras: a empresa quer improvisar com uma estrutura que exige responsabilidade e técnica, não experimentos.

A situação expõe o que muitos no setor já comentam em voz baixa: o Grupo Atem parece não ter se preparado adequadamente para assumir o comando de uma refinaria do porte da Ream. O discurso de eficiência e modernização não se confirmou na prática. Pelo contrário — a falta de planejamento e a gestão vacilante colocaram em risco não apenas a operação industrial, mas também a segurança dos trabalhadores e o abastecimento regional.

Enquanto isso, o Amazonas assiste, mais uma vez, à promessa de desenvolvimento ficar no papel. A refinaria, que deveria ser um símbolo de independência energética e de geração de empregos, tornou-se um foco de preocupação e de incerteza.

A ANP agora dá o ultimato. E o Grupo Atem, pressionado e sem resultados concretos, corre o risco de transformar um investimento estratégico em um caso de fracasso anunciado. Se não reagir, o grupo poderá perder não apenas a autorização para o refino — mas também o pouco de credibilidade que ainda lhe resta.

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