Sem prestígio, Amazonas fica fora da Copa do Mundo Feminina e expõe fracasso de gestão na FAF e CBF
A exclusão de Manaus da lista de sedes brasileiras para a Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2027, anunciada pela Fifa nesta quarta-feira (8), expôs a falta de representatividade e prestígio da gestão de Ednailson Rozenha à frente da Federação Amazonense de Futebol (FAF) e, mais amplamente, como vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A ausência da capital amazonense – e de toda a região Norte – no maior evento do futebol feminino mundial foi lamentada publicamente pelo prefeito David Almeida. “É uma pena. A maior área territorial do país ficou de fora. Nós, que já sediamos Copa, Olimpíadas…”, lamentou David Almeida.
Gestão sem voz nem vez
Rozenha, que também é deputado estadual pelo PMB, tem sido criticado nos bastidores e pela imprensa por sua atuação apagada dentro da CBF. Sua falta de influência ficou evidente com a exclusão de Manaus, mesmo com a cidade tendo uma das arenas mais modernas do país – a Arena da Amazônia –, construída para a Copa do Mundo de 2014 e já testada em outros grandes eventos, como os Jogos Olímpicos de 2016.
Mesmo com essa bagagem, nem Rozenha nem a CBF foram capazes de apresentar à Fifa um projeto convincente que justificasse a escolha de Manaus como sede. A Arena, subutilizada há anos, segue como símbolo do desperdício de investimentos e da má gestão do esporte no Amazonas.
Concentração e descaso
Entre as oito cidades selecionadas, três estão no Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte), três no Nordeste (Fortaleza, Salvador e Recife), uma no Sul (Porto Alegre) e uma no Centro-Oeste (Brasília). Nenhuma do Norte.
A exclusão reacende o debate sobre o desequilíbrio na distribuição de eventos esportivos no Brasil e a centralização no eixo Sul-Sudeste, ignorando regiões com infraestrutura pronta e histórico comprovado de sediar eventos internacionais.
Para autoridades e moradores de Manaus, ficou claro: enquanto a FAF seguir sob uma liderança sem representatividade nacional, o futebol amazonense continuará fora dos grandes palcos.