FIEAM realiza evento para aproximar empresários do FINEP
Apresentar caminhos para investimentos em inovação tecnológica para o Pólo Industrial de Manaus. Foi com esse objetivo que a FIEAM promoveu a palestra “Como proporcionar condições financeiras favoráveis para as empresas criarem e apoiarem inovações tecnológicas no PIM”. O evento aconteceu nesta segunda-feira (07/08/2023) no Auditório do Senai Arivaldo Silveira Fontes, na Avenida Rodrigo Otávio, 2394, bairro Distrito Industrial I, zona sul da capital.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Nelson Azevedo, abriu o evento falando da importância da empresa para o fomento da ciência e da tecnologia do Brasil. “Somos muito gratos em contribuir com o ambiente de negócios da região. Esse apoio financeiro possibilita o avanço tecnológico, a inovação e a criação de novos produtos e serviços”, afirmou.
O coordenador da Coordenadoria de Ciência & Tecnologia da FIEAM, Roberto Garcia, classificou como um “mundo de oportunidades” a quantidade de projetos do Amazonas que podem ser contemplados pela FINEP, mas se mostrou preocupado com a baixa procura até o momento. “Existe uma vasta quantidade de recursos e financiamento, mas as empresas não estão procurando esses investimentos, seja por falta de informação ou dificuldade de acesso”, lamentou.
Kalil Iangle Maia, Analista Pleno na Financiadora de Inovação e Pesquisa (FINEP), empresa pública federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, falou sobre a atuação em todo o país e apresentou os programas de investimento disponíveis. O objetivo do FINEP, segundo Kalil, é fomentar e desenvolver ideias novas e aprimoramento de tecnologias.
Dentre os produtos e programas oferecidos pelo FINEP estão desde apoio a startups, projetos de telecomunicações, robótica, equipamentos e insumos de saúde, capital de giro e consultorias. Nesse contexto, o Polo Industrial de Manaus acaba sendo um ponto importante para a financiadora. O Amazonas foi o estado com maior montante de recursos enviados em 2022, com R$ 16 milhões. Ele falou ainda da iniciativa Centelha, do Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
O maior desafio das iniciativas de inovação no Estado, segundo o analista do FINEP, é passar da fase do protótipo para o mercado. É aí que entra o Finep Startup, que oferece créditos de até R$ 1,5 milhão. Kalil afirmou ainda que esse tipo de iniciativa ainda é só o começo. “Provavelmente teremos em breve novos Centelhas, novos Mulheres Inovadoras. O Finep não tem data para finalizar e nunca teve tanto pra fomentar em ciência e inovação”, prometeu.
Rodrigo de Lima, gerente regional do Norte da FINEP, falou sobre a importância do fomento para empresas no Brasil, inclusive com ações de venture capture. O objetivo é buscar a inovação em paralelo ao aumento de faturamento das empresas. Para isso, são levados em conta alguns parâmetros como sustentabilidade e graus de pioneirismo, competitividade e desempenho. Dentre os principais resultados, estão projetos voltados para as áreas de segurança veicular, eficiência energética, qualidade de veículos e autopeças, além de proteção do Meio Ambiente.
Vânia Thaumaturgo, da Associação Polo Digital de Manaus, associação que representa o ecossistema de pesquisa e desenvolvimento da região, tanto da esfera pública quanto da privada, falou sobre o ambiente de pesquisa e inovação, mais especificamente das startups na capital do Amazonas. “É muito importante a integração entre as startups e as grandes empresas. É uma oportunidade de ouro tanto para as pequenas quanto as grandes empresas. Isso é fundamental para o desenvolvimento econômico para a nossa cidade”, afirmou.
Disparidade
Durante as perguntas, os representantes que compareceram ao evento apresentaram suas demandas e dúvidas. Uma das principais reclamações é a falta de qualificação técnica profissional local para o desenvolvimento de projetos, além da burocracia nos sistemas de cadastramento do Polo Industrial de Manaus, que acabam restringindo o cadastramento desses projetos. Isso se reflete na baixa procura.
Pra se ter uma ideia, segundo o gerente regional do Norte da FINEP, Rodrigo de Lima, dos R$ 2,3 bilhões disponíveis para crédito direto em todo o país em 2022, a Região Norte (sem especificar o caso do Amazonas) utilizou apenas R$ 19 milhões.