Senador Omar Aziz defende quarentena para combater politização nos órgãos de segurança
A participação das forças de segurança nos atos golpistas de 8 de janeiro trouxe de volta a discussão sobre os efeitos da politização nas polícias Militar e Civil em todo o Brasil. No início da nova Legislagura, o senador Omar Aziz (PSD-AM) vai propor que a Reforma Política discuta medidas para resguardar a hierarquia nas instituições que deveriam servir para proteger o cidadão.
Segundo o parlamentar, o Senado Federal precisa tomar medidas na Reforma Política para garantir uma liberdade de expressão real. “Está na hora da gente tomar posições. Nessa Reforma Política, o Senado vai ter que analisar a candidatura e a politização dentro das polícias. A polícia anda armada, ela não pode ser politizada. É direito de qualquer cidadão brasileiro ser candidato, mas não dá para ser um candidato com arma na cintura. Depois o policial se politiza dentro do processo político e volta para a tropa utilizando o cargo de comando que tem para se insurgir contra os poderes, como aconteceu no dia 8 em Brasília”, destacou.
Na avaliação de Omar Aziz, quando a hierarquia se perde dentro as Forças Armadas e das polícias, o trabalho se torna inviável. “Não dá para tenente mandar em coronel. Eu defendo que é direito de qualquer cidadão ser candidato. Mas se você é Policial Militar e quer ser candidato, tem que sair da Polícia, tem que ter quarentena, não dá para ser assim”, explicou Omar.
CPI deve ser instaurada com novos parlamentares
Mesmo com um número expressivo e suficiente de assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, coletadas pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil), Omar Aziz afirmou não ser possível montar uma CPI neste período de recesso. Omar, que assinou pela abertura da CPI, espera que em fevereiro a comissão possa ser instalada já com os membros que iniciam um novo mandato, mas adiantou não ter dúvidas da participação do ex-presidente Jair Bolsonaro nos atos criminosos.
“O grande mentor disso tudo se chama Jair Messias Bolsonaro. Não tenho dúvidas da participação direta dele. Não é um fato isolado, são vários fatos que ao longo do mandato dele foram de agressividade, de ódio, de repulsa a quem pensava diferente, atacando jornalistas, atacando negros, atacando mulheres, indígenas. Sempre com um discurso raso de que ‘joga dentro das quatro linhas da constituição’, quando ele ultrapassou essas linhas há muito tempo”, ressaltou.
Foto: Pablo Brandão