Após quatro anos em obras, nova Beira-Mar de Fortaleza é entregue à população

Depois de quase quatro anos em obras, a nova estrutura da Beira-Mar de Fortaleza foi entregue à população na noite desta sexta-feira, 20. Com investimento de R$ 120 milhões, a requalificação havia começado em agosto de 2018, durante a gestão do ex-prefeito Roberto Cláudio. Inicialmente, a previsão era que o projeto fosse concluído em 24 meses, mas devido a atrasos, o tempo de execução chegou a 45 meses.

Na inauguração, a Prefeitura promoveu uma programação especial com apresentações musicais, esportivas, circuito de danças e atividades recreativas. O prefeito José Sarto e a governadora Izolda Cela fizeram o descerramento oficial da placa, no calçadão da orla. Em seguida, durante coletiva de imprensa, eles ressaltaram a parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado para a realização das obras.

“É uma parceria que mostra muito evidentemente seus resultados, que transforma pouco a pouco para melhor a cidade, os espaços da cidade e os serviços. Quero parabenizar a todos os envolvidos que se empenharam nessa obra e também aos muitos permissionários que aqui vão trabalhar e fazer prosperar seus negócios”, disse a governadora.
Em sua fala, Sarto frisou que após a requalificação, a Beira-Mar se tornou mais democrática, atraindo “pessoas de todas as tribos”. Na ocasião, o gestor também mencionou investimentos em outras obras de revitalização na orla da Capital cearense.

“Estamos devolvendo a Fortaleza a Beira-Mar de todos. E nós estamos fazendo isso não apenas aqui, começamos lá na Barra do Ceará com a ponte do Rio Ceará, com o Vila do Mar, com a Praia de Iracema, Praia do Futuro e com a Sabiaguaba. Nós vamos entregar para Fortaleza, no término de nosso mandato, a orla mais bonita do Brasil e do planeta”, disse.

O prefeito ainda anunciou que em breve será lançada uma licitação para a requalificação do calçadão da Praia de Iracema, abrangendo o trecho onde fica a estátua de Iracema Guardiã até a Ponte dos Ingleses. “Vamos lançar o edital já no segundo semestre deste ano e concluir as obras até o fim do ano que vem”, prometeu o gestor.

Com mais de 125 mil metros quadrados de área urbanizada, a nova Beira-Mar tem três quilômetros de via pavimentada com piso intertravado, calçadas e sistema de drenagem. Com a engorda da faixa de areia, entre os espigões das avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira, houve ampliação do calçadão e implantação de pista de cooper e ciclovia.

O trecho também conta com novo visual paisagístico. Segundo a Prefeitura, a área requalificada recebeu o plantio de mais de 600 espécies, entre árvores, palmeiras, coqueiros e carnaúbas, incluindo mudas e árvores de grande porte.

O espaço ainda ganhou nova iluminação de LED, sete complexos de banheiros públicos, com chuveiros para os banhistas e atletas, além de quiosques especiais para o funcionamento da Central de Videomonitoramento da orla, Casa do Turista e sede administrativa.

Ao longo da orla, também foram instalados equipamentos esportivos e de lazer como anfiteatro, skatepark, quadra poliesportiva, quadras de areia, academia ao ar livre e estação do Bicicletar. Outra novidade é a criação de 350 vagas de estacionamento.

Frequentador da Beira-Mar há mais de 20 anos, o geólogo João Bosco Morais, 60, que mora no bairro Papicu, aprovou a nova estrutura. “Mudou da água para o vinho. A gente tinha uma coisa muito reduzida, muito velha, muito mal ocupada, e hoje está tudo muito bonito. O espaço está mais democrático, seguro, limpo, bem frequentado. Tudo isso, com certeza, vai atrair ainda mais turistas”, comentou.

O representante comercial Paulo Paiva, 67, também fez elogios às melhorias e comparou a nova estrutura da orla com a de outras capitais brasileiras. “A mudança foi muito grande. A antiga estrutura não estava à altura da importância do lugar e da quantidade de turistas que a gente recebe. Eu conheço a Beira-Mar de muitos estados do Brasil e eu acredito que a nossa se tornou a mais bonita e bem estruturada. Aqui a gente encontra de tudo agora, de restaurante a pista de skate, coisa que as outras capitais não tem”, avaliou.

Esposa de Paulo, a empresária Rejane Ponte, 53, apontou a ampliação do calçadão como a melhor intervenção feita no projeto. “Melhorou muito, porque ampliou a faixa de ciclismo e o calçadão. Para quem costuma caminhar, como eu, ficou muito melhor. Antes, o espaço era pequeno. Lembro que constantemente eu me batia com ciclistas e pedestres. Agora não, cada um tem seu espaço”, disse, acrescentando que costuma fazer caminhadas diárias no espaço há mais de dez anos.

Feira de Artesanato passa a funcionar em nova estrutura

Com a inauguração da nova Beira-Mar, a Feira de Artesanato da orla passou a funcionar em novas instalações. A estrutura conta com 8 mil metros de área comercial distribuídos para 707 boxes destinados aos permissionários. Os ambientes têm piso em concreto, estrutura metálica com acabamentos perfurados, porta de rolar e lonas de sombreamento.

Há mais de 20 anos atuando na Feira, o permissionário Paulo Ximenes, 53, se mostrou satisfeito com as mudanças. “Antigamente a gente tinha que colocar os plásticos para cobrir a barraca, tinha toda uma preocupação que agora não teremos. A forma de atendimento também vai mudar, porque agora a gente vai ter que convencer o cliente a entrar na lojinha para comprar”, afirmou. Na Feira, Ximenes vende bolsas de praia e artigos de banho. Para ele, com a nova estrutura, o número de clientes tende a aumentar.

Paulo Tomás, 35, também permissionário no local, comemorou as melhorias. “Foi uma grande vitória. Meu pai trabalha aqui desde antes de eu nascer. Sempre foi um sonho dele ter uma estrutura melhor para trabalhar”, contou. “As pessoas viam a feira antigamente com aqueles barracões, lonas, algo meio desorganizado, então era esteticamente feio. Hoje em dia, é mais agradável aos olhos e muito mais organizado”, acrescentou.

Com a requalificação, a Feira passa a funcionar em novo horário: das 16 às 22 horas, de domingo a domingo. O local oferece opções de peças de artesanatos, roupas, acessórios, pinturas, produtos em crochê e renda e uma diversidade de itens locais.

Fonte: O Povo