FIEAM e CMA falam sobre inovação
A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e o Comando Militar da Amazônia (CMA) realizaram nesta quinta-feira, 29, palestra com o general de Divisão R1, Angelo Kawakami Okamura, que apresentou o Sistema Defesa, Indústria e Academia de Inovação do Exército Brasileiro (SisDIA), programa de abrangência nacional, coordenado pelo Exército Brasileiro, que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias para a Defesa, a partir das relações entre universidades, empresas e governo.
De acordo com o vice-presidente da FIEAM, Nelson Azevedo, essa contribuição proporcionada pelo SisDIA vai além de segmentos específicos, como o de defesa, cujos resultados nos desenvolvimentos tecnológicos são repassados para os demais setores, com a necessária preservação dos dados de segurança nacional.
“Esse evento e a visita do general Okamura é uma oportunidade para darmos um passo na cooperação entre a indústria do Amazonas, os órgãos governamentais, as universidades e as instituições de ensino e pesquisa do Amazonas, que possui um parque industrial com base na tecnologia e inovação”, disse Azevedo.
Okamura explicou que o trabalho da Tríplice Hélice tem a finalidade de que atores governamentais, atores acadêmicos e atores empresariais possam falar a mesma linguagem para potencializar a economia de um determinado estado. “Para que isso acontecesse de forma mais organizada o Exército Brasileiro sistematizou isso no SisDIA, onde nós procuramos aproximar centros acadêmicos e centros de pesquisa, assim como indústrias individualmente ou associações de indústrias como é o caso da Federação das indústrias do Amazonas de forma que a gente possa encontrar soluções para os problemas do exército brasileiro”, frisou o general.
Na prática, de acordo com o general, o Exército verifica a existência de fomentos a inovação em vários segmentos, seja ele no âmbito federal, estadual ou municipal, e passa a investir nesse projeto, dando como exemplo, em âmbito Federal a FINEP, que se encontra dentro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e que investe em pesquisas.
“Essa pesquisa pode fomentar uma determinada indústria, essa indústria sendo fomentada, trabalha, vai produzir, vender e recolher imposto para o governo, com isso o governo tem possibilidade de investir mais em pesquisas em movimento, então, esse é o ciclo virtuoso que acontece quando a gente consegue fazer os três atores trabalhem conjuntamente”, disse Okamura.
De acordo com Okamura ele não tem dúvidas de que a Tríplice Hélice vai fomentar o campo da pesquisa no país, ainda mais com as mudanças que estão acontecendo no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Uma delas foi o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência Tecnologia (FNDCT), cujo orçamento de R$ 800 milhões que a Finep poderia produzir, vai passar para em torno de R$ 4 bilhões.
“Nós saímos de um estágio em que a universidade não produzia nada, passamos por um estágio em que a universidade passou a produzir paper e agora estamos na fase em que esse paper vai virar um produto. Será que eu consigo dar produto na área de ciências humanas? Sim. Será que eu não posso ajudar em um planejamento estratégico de uma cidade? Sim. Será que esse conhecimento de dentro das universidades não tem que ser aproveitado?”, argumentou Okamura, ao dizer que as ideias passadas para um papel têm que dar solução, solução para a sociedade”.
De acordo com Nelson Azevedo essa é uma oportunidade que a indústria está tendo por meio do Exército, exatamente para que tenha condições de participar ativa e efetivamente das inovações, da ciência e da tecnologia. “Falamos muito da indústria 4.0, mas antes disso a gente se preocupa com a capacitação de pessoal para poder tocar esse processo e para isso temos o SENAI, grande parceiro do SisDIA”. Também participaram do encontro o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jório Veiga, empresários do Polo Industrial de Manaus e representantes das universidades.