Arthur Virgílio e Eduardo Leite destacam cases de sucesso no ajuste fiscal durante encontro pelo CPJUR
Em novo webinar pelo Núcleo de Educação Política e Renovação, do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), o coordenador do projeto, ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), alertou sobre a importância de gestões públicas pautadas no equilíbrio fiscal. “O bom governante não é Tio Patinhas, é aquele que investe e recebe como contrapartida uma cidade, um Estado ou um país em melhor situação”, declarou durante o encontro que teve como convidado o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Se fortalecendo como um evento que discute temas importantes para o país, o webinar, realizado na noite de quinta-feira (24.6), teve como tema central “A importância do ajuste fiscal para os brasileiros”. Em aproximadamente 2h, o encontro virtual teve a mediação do diretor acadêmico do CPJUR, o advogado e professor Filipe Venturini Signorelli, e foi transmitido pelo YouTube. Defensores de uma política econômica com redução gradual e constante nos gastos de custeio e maior controle das contas públicas, tanto Virgílio como Leite apresentaram cases de seus governos.
“Esses encontros visam darmos uma efetiva contribuição à educação política do país. O tema casa comigo e com o nosso convidado, o governador Leite. Juntos, enfrentamos desafios diante do cenário desafiador da pandemia de Covid-19 e alcançamos êxito com equilíbrio fiscal e crescimento econômico. Para se obter créditos, por exemplo, é preciso ter as contas em dia. Governei Manaus por três vezes e em todas, a gestão terminou superavitária, um trabalho feito com usura nos recursos e aplicação dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. Considero uma pena que o Brasil não tenha uma cultura de continuidade”, avaliou Virgílio, citando, ainda, o ajuste previdenciário feito na capital do Amazonas, que a levou a ser reconhecida como a Previdência mais ajustada do país.
Já Eduardo Leite pontuou os desafios que sua gestão vem superando para fazer o Rio Grande do Sul avançar economicamente. “É possível fazer políticas públicas com contenção de gastos. Quando assumi o governo, o Estado estava há três anos sem pagar os servidores no último dia útil do mês, municípios estavam sem receber repasses da saúde há seis meses e hospitais fechando serviços por falta de repasses. Encaminhamos processos de privatização, como das empresas de energia e gás, fomos trabalhando a folha de pagamento com reformas nas carreiras e na Previdência. Reduzimos R$ 700 milhões em gastos no ano de 2020 e, este ano, deveremos economizar R$ 1 bilhão, com a perspectiva de ano que vem ser R$ 1,2 bilhão”, destacou o governador.
Arthur relembrou que Manaus alcançou segurança nos gastos e nas aplicações de recursos programados e que isso a credenciou a ser sondada para obter créditos de importantes instituições financeiras, possibilitando grandes investimentos. “Quem não trabalha contendo gastos inúteis e supérfluos termina não realizando grandes obras. Não entendo outro meio para se governar que não seja o uso consciente dos gastos. Só se consegue crédito na praça se mostrar uma boa governança nas contas públicas. É preciso aplicar com muito cuidado os recursos porque cada centavo importa”, afirmou, ouvindo em seguida elogios do convidado. “Parabéns, Arthur, por ampliar a capacidade de obter créditos para investir em obras para Manaus. O Rio Grande do Sul ainda vai levar uns anos para fazer isso”, disse Leite. “Parabéns ao Rio Grande do Sul por ter escolhido você, a pessoa certa para a crise certa”, devolveu Virgílio.
Na pauta do encontro, entre outros importantes temas, esteve a questão da economia sustentável. Árduo defensor da Amazônia, Arthur disse que o desafio do Brasil passa pelo zelo ao meio ambiente. “Não acredito em economia que não pense no sustentável. A questão do agronegócio é louvável e essencial para o Brasil, mas não na Amazônia. A Amazônia tem condições de dar lucro com a floresta em pé, com os rios preservados e banhando o restante do país, sobretudo respeitando os povos originários, os indígenas, que podem ser grandes parceiros dos PhDs formais em uma exploração sustentável”, disse Virgílio, voltando a citar que os riscos de uma má governança sobre a região podem causar até uma intervenção internacional.
Eduardo Leite concordou que é preciso pensar no crescimento econômico sustentável. “Além disso, precisamos simplificar o país. A reforma tributária, por exemplo, precisa trazer soluções que gerem menos custos e tempo aos empreendedores. Precisamos manter a marca Brasil como um país que cuida bem do seu meio ambiente”, ponderou o governador do RS, que lembrou também que a volta da prosperidade econômica do país passa pela vacinação em massa neste momento de pandemia da Covid-19, algo que para Virgílio não avançou como deveria pela “falta de um comando central. “Solidarizo-me com todas as perdas de brasileiros e brasileiras. É muito triste. Sou diplomata e nunca vi o Brasil tão desprestigiado, considerado um marginal na política externa. Temos que resgatar o que já fomos”, externou o ex-senador.
Com participação de internautas de várias partes do país, o evento on-line que tem sido quinzenal foi muito elogiado nas redes sociais. “Esses dois estão em outro patamar. Dá gosto assistir debate com gente inteligente”, escreveu uma internauta chamada Juliana no chat da transmissão. “Queremos quem tenha ideias para expor. Não há o interesse partidário, mas sim de preparar o povo para que conheça o que o Estado deve propiciar. É educação política pura. Política com P maiúsculo. Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, precisamos unificar o país e fortalecer nossa democracia”, finalizou Virgílio.