Após ocasionar mais uma aglomeração, Bolsonaro diz que ciência não respalda quarentena
Jair Bolsonaro foi um passo além na sabotagem que vem realizando ao combate à covid-19. Nesta sexta (21), em um evento em Açailândia (MA), mentiu sem pudores ao dizer que medidas de isolamento social “não têm qualquer comprovação científica”. Sim, no fundo do poço, há sempre um alçapão.
Ele se referia às decisões de restringir tanto a circulação de pessoas quanto o funcionamento do comércio adotados pelo governador Flávio Dino, chamado por Bolsonaro de “ditador”. O Maranhão foi o primeiro a baixar um bloqueio total, o chamado lockdown, em maio do ano passado.
Considerando número atualizados até esta sexta, o Estado ostenta a menor taxa de mortes por covid por 100 mil habitantes (110,36), bem menos que a segunda colocada, a Bahia (135,83). O pior Estado nesse quesito, Rondônia, conta com 311,11 mortos/100 mil habitantes, com o Amazonas logo atrás (306,86).
Preocupado que uma economia deprimida possa prejudicar suas chances de reeleição, Bolsonaro vem atacando medidas de restrição social desde o início da pandemia. Em contrapartida, defende o contágio rápido da população como forma de fazer o vírus parar de circular. O efeito colateral da estratégia são mortes.
O Brasil nunca conseguiu controlar o coronavírus. Ao invés de ser parte da solução, o presidente vem sendo um do principais causadores do problema, estimulando o desrespeito às quarentenas, provocando aglomerações desnecessárias e se omitindo sob a justificativa mentirosa de que o Supremo Tribunal Federal mandou o governo ficar fora da articulação da política de combate à covid.
Jair acabou multado nesta sexta por não usar máscara em local coletivo e por provocar aglomeração em Açailândia. O que deveria ser um fato óbvio e previsível, pois ninguém está acima da lei, tornou-se notícia em veículos de comunicação de todo o país. Afinal, até agora, ele faz o que quer. Inclusive pisar na saúde da população em busca de sua reeleição.
Fonte: Uol