Bolsonaro, um presidente sem governabilidade

Até aqui, Bolsonaro era tido como hilário, boçal, ignorante, despreparado e pária perante a comunidade internacional. Somente seus fieis seguidores ainda viam qualidades nele, mas poucos o levavam a sério. Mesmo assim, aos trancos e barrancos ele alimentava o sonho da reeleição. Mas veio a pandemia e logo ele mostrou sua verdadeira face, relegando o combate ao coronavírus a um segundo plano, menosprezando a doença, fazendo campanha contra a vacina e imediatamente começou a ser conhecido mundo a fora como genocida e um dos poucos presidentes do planeta que mantinha postura negacionista diante da Covid.

Na medida em que o vírus avançava, sua popularidade despencava e sua rejeição começava a bater na casa dos 60%, uma das mais altas para um presidente desde a redemocratização. Logo, percebeu que teria dificuldades para se reeleger e começou a fazer ataques criminosos contra o sistema eleitoral, as urnas eletrônicas e ao Tribunal Superior Eleitoral. Ataques que culminaram em uma campanha insidiosa contra o Poder Judiciário e contra Alexandre de Moraes, que está desenvolvendo no STF processos que apuram os inúmeros crimes cometidos pelo mandatário. E aí deixou de ser simplesmente um ridículo presidente, para tornar-se uma ameaça concreta à democracia. Transformou-se em um perigoso elemento de desagregação e de estimulo à baderna, incentivando atos que levem à ruptura da ordem constituída. Bolsonaro precisa ser barrado antes que tente, efetivamente, dar um golpe institucional.

Ele já não é apenas um bravateiro que não deve ser levado a sério. Ele precisa, e deve, ser levado a sério. Mussolini e Hitler também eram ignorantes e incultos, mas acabaram transformando suas ideias totalitárias em efetivas ações de ódio e intolerância, tais como as preconizadas agora or Bolsonaro. Chegou a hora da sociedade brasileira, assim como fazem os ministros do STF, os líderes dos principais partidos políticos, as entidades empresariais, as associações de classe, OAB, ABI, CNBB, etc, se unirem contra mandatário e seus estúpidos seguidores. Eles usam vizeiras e não enxergam um palmo à frente do nariz. Um golpe jogará o Brasil num passado de infortúnios.

Bolsonaro quer, na verdade, é se perpetuar no poder caso não vença as eleições, como parece que não vencerá. Ele não quer melhorar a vida das pessoas. Quer apenas pensar em si e no bem estar de sua família. Teme que ao final de seu mandato, em 2022, acabe preso por seus inúmeros crimes, já que então não terá mais a proteção da imunidade do cargo. Aliás, esse medo é extensivo aos seus filhos, já que todos também estão encrencados com a Justiça. A prisão de todos está no horizonte dos processos aos quais respondem. A lei é para ser cumprida por todos. E todos do clã Bolsonaro se julgavam inatingíveis pelas leis. Chegou a hora da verdade. E para evitar que o ex-capitão deflagre o golpe e mande invadir o Congresso ou o STF durante a apuração das eleições do ano que vem, o Brasil precisa se unir desde já na viabilização do processo de impeachment. O País não pode suportar mais um ano e quatro meses de baderna orquestrada pelo próprio presidente. Com seu desgoverno, ele vai nos fazer mergulhar numa crise história, deixando uma herança maldita para o futuro presidente.

Fonte: Istoé

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